quinta-feira, 21 de novembro de 2013

um pouco de covardia...

As vezes eu só queria fugir. Sei lá, me esconder num trailer no meio do mato, com um cooler cheio de cerveja. Só eu, os mosquitos e mais nada. Ir pra um lugar onde eu pudesse me confrontar, e até me julgar sem que ninguém o fizesse por mim. Ou apenas, ficar quieta, sentada, bebendo e esquecendo o que me aflige. Esquecendo seu nome. Te tornando incolor, inodora e insípida. Deixando pra trás suas tattoos, o perfume do seu cabelo, seu estilo, seu traços de personalidade (esses que você fez questão de deixar pra trás também).
Queria não ver o mundo. Queria não ter que responder àquelas perguntas típicas de quem se preocupa. "Como você tá?", "Você tá bem?","Que cara é essa?".
Queria ser chamada de covarde. Queria ter esse direito. Tô cansada de ser sempre a que dá a cara a tapa, a que se arrisca. Cansei de sempre entender e acreditar que tudo vai dar certo. O otimismo tá me deixando em ruínas e ninguém vê.
Queria poder chorar em paz, sem ter que ouvir as pessoas dizendo "Parte pra outra!", "Daqui a pouco isso passa!". Ninguém sabe. Ninguém tá aqui sentindo isso. E tá complicado lidar com os julgamentos e conselhos de quem nem sequer entende. A dor é minha! E, mesmo com o tempo passando, ela não diminui, não abranda.
Dói lembrar de você e lembrar que a felicidade é possível, mas que eu não tenho mais, nem uma, nem a outra. Lembrar que agora existe outra pessoa e que ela as tem. E eu quero chorar sem que ninguém tente me impedir. Quero beber até cair, sem que ninguém me lembre da vergonha que foi isso.
Quero fugir. Covarde, com o rabo entre as pernas. Quero fugir e esquecer quem eu fui, quem eu sou e o que eu sonhei em ser.

Até...

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Tempo...

O tempo tá passando e eu olho pela janela e vejo nada mudar. Em breve chega o dia em que faríamos mais um mês juntas e em breve chega também o dia em que faz um mês que eu não posso mais comemorar nossa união.
O tempo tá passando e, cada vez mais, sou tua. Cada vez mais eu penso em você e sei que não sou correspondida.
O tempo tá passando rápido demais, mas ainda é lento quando eu percebo que nada se resolve. Eu não estou bem. O tempo não cura, só ajuda a ferida a ficar aberta.
O tempo tá passando e o teu cheiro não saiu da minha cama. Tuas cartas, bilhetes, e lembranças, eu ainda guardo como se um dia, finalmente eu pudesse olhar pra elas com felicidade.
O tempo passa, você sorri em fotos que eu não quero ver, e eu não vivo, não sorrio, não aprendo a andar de novo.
O tempo tá passando e não me traz respostas do "por que" ou "quando" tudo mudou. Eu errei em alguma coisa? Eu não te fazia mais feliz? Ou era só o desconforto de não poder gritar pro mundo que você tinha alguém? Pois é, agora você grita. E a cada grito, um corte em mim. E eu pergunto: "quem é ele?", "por que ele?", "por que tão rápido?". "Será que ele te olha como eu?". "Será que você olha pra ele com o carinho que me olhava?".
Nada tá melhor, nada é bonito. Não tem cor quando eu olho pela janela. Não tem sabor em nada que eu como ou bebo.
A minha vida zerou. Não tem graça.
Sonhos de um futuro ao seu lado são, pra mim, tudo. É isso que me traz alegria, conforto e um pouco de paz. A paz que só tinha ao seu lado. A paz que eu não sei muito bem por onde anda.
Que venha logo, futuro! Que traga você, minha moça, minha luz, minha alegria de volta. Ou me cure. Que venha logo e seja como eu (e você) planejamos.
Que venha logo e me tire desses dias vazios. Dias incolores, inodoros e insípidos. Me trás a música que você levou junto. Vem me trazer a vida que você carrega consigo.


[sim, eu sei que sou chata e que você já sabe que eu te amo e tô sofrendo, mas é que eu preciso disso ainda. Se um dia você não quiser mais ver meus desabafos ou coisas do tipo, me fala. Assim como eu falei pra você quando não consegui mais ver e ler o que você tinha pra mostrar. Agora eu me distanciei um pouco mais, porque é complicado VER em si a tua "felicidade" atual, e ver a tua imagem atrelada à dele. Você é inteligente e sabe do que eu tô falando. rsrsrs. Desculpa. Beijos.] 

Até...


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Boa noite...

Hoje, vou pra cama sozinha. Assim como eu fui ontem, mesmo com alguém nos meus braços. Hoje a solidão é a mesma dos últimos dias, das últimas semanas.
Falta algo mais. Você me dando "boa noite", ou dando um jeito de me encontrar numa noite do final de semana. Falta a sua pele, suor e respiração. Você me faz falta.
Hoje eu vou pra cama sem saber se você ainda pensa em mim. Se você tem saudade de quem eu era quando ninguém nos observava. Sem saber se você tá feliz longe de mim.
Sabe, já doeu mais. Meu imediatismo adolescente tá diminuindo e eu sei que tudo vai se resolver. Mas esse vazio na minha cama, somado ao vazio no tempo, tempo que eu gastava te dando um "boa noite" e recebendo outro em troca e fazendo as últimas observações sobre o dia, além dos planos pro dia seguinte, me consome.
Apesar da minha calma, eu passo a maior parte do tempo pensando no que será da gente. Será que, apesar de tudo, as nossas promessas serão cumpridas? Será que eu vou estar lá pra ver o seu futuro se tornar presente? Será que nós temos um futuro?
Eu sei que esse tal de destino é um fanfarrão e já começa a me pregar uma peça, antes mesmo d'eu conseguir catar meus cacos pelo chão, mas será que entre as fanfarronices que ele nos prepara vão me ajudar a juntar meus pedaços? E será que depois de tudo isso a gente vai olhar pra tudo isso e rir? Eu tenho medo de não conseguir olhar pra a nossa história daqui a um tempo. Tenho medo de não conseguir nos enxergar mais.
Enfim, já tá ficando tarde e minha cama me espera. E ela tá lá, a minha solidão, há tanto conhecida. Amanhã, será outro dia e eu não serei a mesma que sou nesse exato momento. Amanhã eu volto pra rotina e te darei pelo menos um "bom dia", pra que você lembre que o meu dia só começa quando você me responde.

Boa noite...

Até...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O começo do nosso "pra sempre"...

O meu status atual é: metendo o dedo na ferida e deixando arder. E eu faço isso pra me lembrar do que me machuca, do que mexe comigo, do que me faz viva.
Como eu queria estar errada! Queria olhar pro lado e ver você, sofrendo tanto quanto eu (sim, é um pouco egoísta, mas eu sou humana!), mas enfim...cê tá botando sua vida pra frente.
Eu queria também, mas a minha vida só andou realmente com você do meu lado. Sem você aqui, tudo fica estático, e eu não quero a minha vida numa estante como uma estátua.
Tô do seu lado, sou sua amiga, mas não escondo, tô lutando. Não desisti de você ainda. Não posso desistir de lutar pelo que me faz feliz. Não posso desistir daquilo que, em poucos meses, me fez sair da borda e mergulhar na parte funda do que eu sou. Não posso desistir de que me fez querer viver.
Toda a sua confusão e liberdade que te habitam agora, um dia vão passar, ou se transformar. Um dia, você abre as asas e voa de verdade. Deixa pra trás tudo aquilo que é dito a você e que te faz parar, que te limita. Um dia, nem a pessoa mais próxima de você vai poder te dizer o que fazer, e aí, você vai ser quem tem que ser.
Eu quero estar perto quando isso acontecer. Eu quero te ver renascendo.
Por enquanto, vão me chamar de louca, masoquista por te ouvir falar da vida "pós-eu", mas é que eu prometi. Prometi estar ao seu lado. Prometi te dar apoio e te ceder meu ombro. Te ofereço o melhor de mim. A minha base mais sólida. Te ofereço a minha cara a tapa. E nem sei se isso significa tanto pra você agora, mas um dia vai significar. Te dei a mão quando tudo era mais fácil, e vou te dar quando o chão faltar debaixo dos seus pés.
Se cuida, porque o que vem pela frente, não é fácil. Mas, como eu te disse uma vez, "a gente vai enfrentar tempestades, o nosso barco pode até ameaçar virar, mas não tem o que derrube a gente".
E, só pra constar, os outros vão aparecer, mas vão passar. Eu e você somos pra sempre. É uma promessa nossa, né?! Inclusive, você fez questão de me dizer de forma bem enfática um "você NUNCA vai me perder". E eu acredito em você. Confio em você.
Enfim...e mais uma vez, essa sou eu, me mantendo do seu lado, machucando a ferida aberta, só pra provar pra mim mesma que eu tô viva.

Até...



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Oi, mãe...

É difícil escrever pra você sem saber o que vai responder. Ou a expressão que vai aparecer no seu rosto quando ler. Só quero que você saiba que as coisas vão bem, na medida do possível, e que nada mais é como antes. Algumas coisas caíram, em carreira, como peças de dominó, e outras surgiram e assumiram o lugar das antigas.
Eu ainda sou (mais ou menos) a mesma. Mais endurecida pelo tempo e pelos fatos, mas ainda sou aquela de vinte e três anos atrás. Os outros dois estão crescendo, apanhando da vida e virando gente. Mas a gente tem muito o que crescer ainda.
Minhas prioridades mudaram. Minha personalidade tá mais marcada. Minha pele tá mais marcada. Eu não sei se você viu, mas agora eu tenho tatuagens. E um piercing também, mas isso é fase e passa (acho!). Meu amigos mudaram (pelo menos, alguns) e nada do que eu tenho feito é igual. Mesmo assim, não me vejo tão diferente da pessoa que você imaginava que eu seria.
Eu sou uma boa pessoa, mãe. Sou uma pessoa que tem orgulho do caminho que tem trilhado, e que espera poder te deixar orgulhosa também.
Quantos aos dois, eu cuido deles, ok?! Já fiz isso outras vezes, e sei que aguento. Eu tenho orgulho deles também. Mesmo quando erram, porque esse é momento disso mesmo.
Enfim, tô com saudade. Guarda todos os abraços que não aconteceram e que não não acontecer por enquanto, e me dá todos juntos quando a gente se encontrar? E...espera? Me espera? Espera que eu tô indo. Vou demorar um pouco pra chegar, mas a gente vai se encontrar. Só deixa eu deixar rastro aqui por essas bandas. Deixa eu fazer por alguém o que você fez por mim. Deixa eu ter quem vá sentir saudade quando eu for te encontrar. Aí, além do abraço, quero tua risada e tua voz cantando pra mim.
É, ainda falta um tanto pra isso, mas aguenta, porque vai valer a pena.

Beijos,
Mariana.

Até...



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Essa tal história sem nome...

É tudo novo pra mim. Não o fato de ter um relacionamento (esse que a gente até evita tratar desse jeito), mas o jeito com que tudo tá acontecendo.
No início, era a minha cabeça cheia de dúvidas, meu peito cheio de marcas e ela, presa a um "outro mundo". De minha parte, existia a vontade, o desejo de que fosse verdade aquela proximidade. Mas, sinceramente, em momento algum eu imaginei que fosse possível que alguma coisa acontecesse. 
Pois é, eu tava errada. Aconteceu. E em pouco tempo estávamos nós, ali, sem nexo, sem roteiro, sem pretensões (quer dizer, sempre há pretensões) vivendo uma coisa que a gente não conseguia identificar ou denominar. 
Entrei nessa tal "história sem nome" sem saber exatamente o que estava fazendo, mas não podia parar, eu precisava dela de alguma forma.  
Nós conversamos e nos tratamos como amigas, apesar de eu ver um pouco além disso, e a nossa honestidade foi fundamental. Nós falamos, reclamamos, elogiamos e botamos todas as cartas na mesa.
O novo pra mim é o quanto isso tá durando sem estremecer. Talvez toda a verdade que rola entre a gente tenha criado bons alicerces. 
Eu sei que eu não sou a pessoa com quem ela sempre sonhou, mas eu a vejo rir e querer ficar do meu lado, em minha companhia. Eu tento e acredito que consiga fazer bem à ela. Ela, com certeza me faz bem. Me tirou da ruína, do fundo do poço e me trouxe de volta.
E, por não ser um compromisso ou algo do tipo, não há cobranças (ahhh, depende, né?!) e obrigações. Estamos juntas porque gostamos. E, eu não tava acostumada com isso, e por isso, eu tenho, sim, o medo e a insegurança, mas tô caminhando, porque eu não posso deixar de lado o que me faz bem por medo e insegurança. Não seria, ao menos, lógico se eu o fizesse.
Eu só sei que esse pouco tempo "juntas" já me trouxe souvenires e memórias dos quais eu não vou me desfazer. 
E, quando ela me vir sorrindo e me perguntar "por que você tá com esse sorriso bobo?!", eu não vou responder, mas espero que ela um dia perceba que é apenas felicidade. Felicidade simples. Aquela que dá vontade de sorrir que nem bobo por um longo tempo, e que não pode ser descrita em palavras. Pois é, as vezes eu olho pro rosto dela e sinto isso. É a felicidade por parar de esperar que aconteça algo ao gostar de alguém e começar a gostar de quem realmente acontece. E querer mais. Querer fazer com que essa felicidade a atinja também. Querer que ela sinta a mesma coisa, ou algo parecido. 
Enfim, isso não uma declaração ou coisa do tipo, é apenas um relato de uma pessoa que tem carregado um sorriso largo e constante estampado no rosto.



Até...




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eu minto muito bem

Procuro por algo que deve estar
Em um lugar onde não deveria estar
Nas prateleiras envidraçadas, quebradiças
Pelo chão tão sadio e honesto
Entre as pessoas sempre tão estranhas
Mas deve estar onde não deveria estar
Só para não me dar sossego
Quem encontrar não reconhecerá
Porque eu minto muito bem
As minhas coisas são tão bem trancadas
Que nem mesmo eu consigo encontrar
Só sei que devem estar em qualquer lugar
Onde eu não espero jamais que estejam.



[Ok, esse texto não é meu, mas esse é o primeiro texto/poema com o qual eu me identifiquei na minha vida. O autor desse texto, Luiz Otávio Reis, é meu pai. E, sinceramente, eu acho que ele deveria escrever mais... Até...]