As vezes eu só queria fugir. Sei lá, me esconder num trailer no meio do mato, com um cooler cheio de cerveja. Só eu, os mosquitos e mais nada. Ir pra um lugar onde eu pudesse me confrontar, e até me julgar sem que ninguém o fizesse por mim. Ou apenas, ficar quieta, sentada, bebendo e esquecendo o que me aflige. Esquecendo seu nome. Te tornando incolor, inodora e insípida. Deixando pra trás suas tattoos, o perfume do seu cabelo, seu estilo, seu traços de personalidade (esses que você fez questão de deixar pra trás também).
Queria não ver o mundo. Queria não ter que responder àquelas perguntas típicas de quem se preocupa. "Como você tá?", "Você tá bem?","Que cara é essa?".
Queria ser chamada de covarde. Queria ter esse direito. Tô cansada de ser sempre a que dá a cara a tapa, a que se arrisca. Cansei de sempre entender e acreditar que tudo vai dar certo. O otimismo tá me deixando em ruínas e ninguém vê.
Queria poder chorar em paz, sem ter que ouvir as pessoas dizendo "Parte pra outra!", "Daqui a pouco isso passa!". Ninguém sabe. Ninguém tá aqui sentindo isso. E tá complicado lidar com os julgamentos e conselhos de quem nem sequer entende. A dor é minha! E, mesmo com o tempo passando, ela não diminui, não abranda.
Dói lembrar de você e lembrar que a felicidade é possível, mas que eu não tenho mais, nem uma, nem a outra. Lembrar que agora existe outra pessoa e que ela as tem. E eu quero chorar sem que ninguém tente me impedir. Quero beber até cair, sem que ninguém me lembre da vergonha que foi isso.
Quero fugir. Covarde, com o rabo entre as pernas. Quero fugir e esquecer quem eu fui, quem eu sou e o que eu sonhei em ser.
Até...
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