quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Moça...


Há uns meses, talvez um ano, uma troca de olhares mexeu com ela.
Ao entrar naquela sala e se deparar com aqueles olhos, que a miravam também, ela abaixou a cabeça.
Não sabia ainda, mas não conseguiria parar de fazer isso a noite inteira.
O conselho que recebeu foi "Não! Nem pense em olhar pra ela!", mas já tava acontecendo, ela já havia olhado.
Disse que "Não, não vou olhar! Ela é muito bonita, mas não rola maldade!", mas no fundo já sabia que não tinha volta.
Guardou aquele olhar no bolso e passou os meses vivendo outras paixonites. Olhando, curtindo, beijando outras meninas.
Chegou a se "apaixonar" por alguém e a retomar um antigo caso (que não foi pra frente por falta de, sei lá, vontade...).
Nesses meses que se passaram, viu a dona daquele olhar algumas vezes e, em todas elas, sentiu o suor frio em suas mãos e o coração batendo em um ritmo diferente do normal.
Sentia que havia alguma coisa de diferente naquela menina.
Conversaram muito pouco nas vezes que se encontraram. Talvez pelo medo que ela sentia de puxar assunto, causar uma aproximação e perder o caminho de volta.
Mas agora, ela estava perdida, porque essa aproximação aconteceu.
Depois de muito tempo, elas começaram a conversar, diariamente.
Ela só acordavem bem quando recebia um "Bom dia" ou um "Oi" daquela moça, e só dormia bem após receber, pelo menos, um "Boa noite".
Começou a sentir ciúme, coisa que jamais sentira realmente de alguém, e se sentia mal por isso, pois não podia cobrar nada.
Não era um relacionamento "de verdade".
Talvez estivesse indo com "muita sede ao pote", mas todo o seu auto-controle havia sido gasto com aquela mesma moça nos meses anteriores.
Em uma certa noite, se apavorou.
Havia se prometido que não ia se meter em uma situação dessa novamente e, pior ainda, havia prometido a alguém, que não ia se meter com aquela moça.
Começou a sentir um peso enorme nas suas costas.
Não fazia a mínima ideia de onde vinha aquilo.
Se revoltou com a sua entrega, seu ciúme e todo o romantismo em geral.
Se revoltou por querer aquela moça.
Mas ainda assim, só dormiu depois de um "Boa noite" e, no dia seguinte, só sorriu depois de um "Bom dia".

Até...