segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eu minto muito bem

Procuro por algo que deve estar
Em um lugar onde não deveria estar
Nas prateleiras envidraçadas, quebradiças
Pelo chão tão sadio e honesto
Entre as pessoas sempre tão estranhas
Mas deve estar onde não deveria estar
Só para não me dar sossego
Quem encontrar não reconhecerá
Porque eu minto muito bem
As minhas coisas são tão bem trancadas
Que nem mesmo eu consigo encontrar
Só sei que devem estar em qualquer lugar
Onde eu não espero jamais que estejam.



[Ok, esse texto não é meu, mas esse é o primeiro texto/poema com o qual eu me identifiquei na minha vida. O autor desse texto, Luiz Otávio Reis, é meu pai. E, sinceramente, eu acho que ele deveria escrever mais... Até...]