terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um dia sem cor


Quando acordou, sentiu muito menos que o aman
hecer,
Sentiu que acordara no momento errado.
Sentiu a falta da brisa habitual da manhã em seu rosto.
...Se manteve sério o resto do dia.
Ria por fora, mas só para não ser questionado.
Fez resoluções que, instantaneamente, resolviam o desagrado atual de ser o que era.
Essas resoluções não funcionariam e nem sequer seriam postas em prática, mas aliviavam um pouco o que ele [não] sentia.
Chegou em casa, pintou as unhas de preto,
Vestiu a camisa de banda de rock da sua adolescência.
Ouviu as músicas que acabavam aos poucos com o resto de esperança que tinha.
Olhou no espelho e viu em seus olhos,
As janelas de sua alma,
Uma neblina sem cor, sem tom, negra.
Nem sequer entendia de onde vinha aquele peso sobre seus ombros.
Doía e ele tinha medo de se mexer.
Doía, mas ele tinha preguiça de se curar.
Não sabia que rumo tomar sem aquela sensação de vazio, que era a unica na qual ainda conseguia se agarrar.
No final do dia,
Cansado de sentir o não-sentir nada,
Dormiu.
Ainda com alguma pretensão de que o dia seguinte tivesse alguma cor...

Até...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Para um alguém futuro...


Ah...como eu queria! Como eu queria conhecer teu rosto, saber seu gosto, suas mazelas e histórias.
Como eu queria sorrir com seu sorriso e sentir suas lágrimas, enxugá-las ou não.
Como eu queria sentir o seu coração e a alma nas suas palavras indo de encontro às minhas.
Receber um telefona, antes de dormir [ou ao acordar. Ou em qualquer hora do dia.] sem motivo importante. Sem um grande assunto, apenas você querendo ouvir minha voz.
Como eu queria ter um ombro pra repousar minha cabeça quando o ácido das minhas lágrimas machucassem meu rosto.
Queria te ajudar quando o fardo fosse muito grande, ou quando você se imaginasse sem saída. Queria te mostrar algum caminho, certo ou errado. Alguma direção.
Ah...como eu queria! Queria você! Que por sinal eu não conheço. Não sei o nome ou imagem. Queria você, pessoa sem rosto. Pessoa que ainda não me apresentou os desejos, os hábitos, os vícios.
Você, a quem a esperança me faz amar.
Amar o abstrato dos seus olhos...ainda inexpressivos no escuro da minha mente.
Amar você, que é ainda, uma sombra no meu futuro...




Até...