terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um dia sem cor


Quando acordou, sentiu muito menos que o aman
hecer,
Sentiu que acordara no momento errado.
Sentiu a falta da brisa habitual da manhã em seu rosto.
...Se manteve sério o resto do dia.
Ria por fora, mas só para não ser questionado.
Fez resoluções que, instantaneamente, resolviam o desagrado atual de ser o que era.
Essas resoluções não funcionariam e nem sequer seriam postas em prática, mas aliviavam um pouco o que ele [não] sentia.
Chegou em casa, pintou as unhas de preto,
Vestiu a camisa de banda de rock da sua adolescência.
Ouviu as músicas que acabavam aos poucos com o resto de esperança que tinha.
Olhou no espelho e viu em seus olhos,
As janelas de sua alma,
Uma neblina sem cor, sem tom, negra.
Nem sequer entendia de onde vinha aquele peso sobre seus ombros.
Doía e ele tinha medo de se mexer.
Doía, mas ele tinha preguiça de se curar.
Não sabia que rumo tomar sem aquela sensação de vazio, que era a unica na qual ainda conseguia se agarrar.
No final do dia,
Cansado de sentir o não-sentir nada,
Dormiu.
Ainda com alguma pretensão de que o dia seguinte tivesse alguma cor...

Até...

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